quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Mundo de Sofia, por Amanda


Livro escrito por Jostein Gaarder.
É sempre tão confortável aconchegar-se lá embaixo, na pelugem macia do coelho, não é? A partir dessa percepção é que Sofia Amudsen, uma menina que começa a receber estranhas cartas anônimas, com perguntas do tipo “Quem é você?”, “De onde você vem?” ou “Como começou o mundo?”, descobre o quão pouco sabemos sobre este mesmo mundo onde vivemos.
Então ela decide respirar ar puro, lá em cima, nas pontas dos pelos do coelho.
Em O Mundo de Sofia, obra de maior expressão de Jostein Gaarder, somos levados a uma viagem através da história da filosofia e, subitamente, percebemos que algo tão distante e misterioso, pode tornar-se essencial para nossa existência.
Desde Demócrito com a teoria do átomo, até Darwin com a sua teoria da evolução das espécies, passando por Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, René Descartes, Spinoza, Marx, Hegel e outros, conhecemos não apenas a vida desses grandes gênios do passado e suas teorias, mas também entendemos melhor a nós mesmos e aprendemos a pensar de forma muito diferente sobre tudo que nos cerca.

A visão mitológica do Mundo



Por filosofia entendemos uma forma completamente nova de pensar, surgida na Grécia por volta de 600 a.C. Antes disso, todas as perguntas dos homens haviam sido respondidas pelas diferentes religiões. Essas explicações religiosas tinham sido passadas de geração para geração através dos mitos.
Um mito é uma história de deuses e tem por objetivo explicar porque a vida é assim como é.
Ao longo dos milênios espalhou-se por todo o mundo uma diversificada gama de explicações mitológicas para as questões filosóficas. Os filósofos gregos tentaram provar que tais explicações não eram confiáveis.
A fim de entendermos o pensamento dos primeiros filósofos, precisamos primeiro entender o que significa ter uma visão mitológica do mundo. Vamos tomar por exemplo algumas concepções mitológicas aqui mesmo do Norte da Europa. Não há necessidade de ir muito longe para mostrar o que queremos.
Na certa você já ouviu falar de Tor e de seu martelo. Antes de o cristianismo chegar a Noruega, acreditava-se aqui no Norte que Tor cruzava os céus em uma carruagem puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e trovões. A palavra “Trovão” — Thor-don em Norueguês — significa originariamente “O rugido de Tor“. Em sueco, a palavra para trovão é aska, na verdade as-aka — que significa a jornada dos deuses no céu.

Quandro troveja e relampeja, geralmente também chove. E a chuva era vital para os camponeses da era dos vikings. Assim, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta mitológica à questão de saber porque chovia era, portanto, a de que Tor agitava seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas floresciam nos campos.
Não se entendia porque as plantas cresciam nos campos e como davam frutos. Mas os camponeses sabiam que isto tinha alguma coisa a ver com a chuva. Além disso, todos acreditavam que a chuva tinha algo a ver com Tor. E isto fazia dele um dos deuses mais importantes do Norte da Europa.
Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para uma tal de Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. No livro O Mundo de Sofia, de capítulo em capítulo, de “lição” em “lição”, o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental – dos pré-socráticos aos pós-modernos -, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo muito surpreendente.

Minha opinião sobre o livro O Mundo de Sofia





Aqui está um livro excelente, que deveria ser leitura obrigatória para todos os estudantes. É leve, interessante, prende o leitor, a despeito de suas 560 páginas. No entanto é preciso frisar que o assunto é FILOSOFIA, então se você não é lá muito dado a assimilar esse tipo de conhecimento, então certamente o livro lhe parecerá chato. Por outro lado, se você é curioso e gosta de aprender sobre a origem das coisas – nesse caso, a origem do pensamento ocidental – então essa é uma ótima opção para se iniciar no mundo da filosofia.

Com níveis bem dosados de simplicidade e profundidade, o livro intercala uma trama intrigante com lições muito ricas sobre as diferentes épocas da filosofia ocidental, dos pré-socráticos aos pós-modernos. Ao longo da trama os maiores filósofos ocidentais são descritos e suas idéias explanadas, de forma leve e fácil de assimilar.
O final surpreende com umas “viagens” do autor, mas é bem autêntico, envolvente e questionador, ficando com aquele gostinho de quero mais. Algo que é raro quando se tenta romancear algo que é por natureza analítico e desprovido de emoções.
De qualquer forma, O Mundo de Sofia é um livro indicado para adolescentes ou pessoas que nunca tiveram um contato com filosofia e querem iniciar esse contato de forma descompromissada mas enriquecedora. Para quem tem conhecimentos avançados em filosofia, talvez não acrescente nada, valendo a leitura apenas para saber do que se trata e conhecer um bom modo de trazer a filosofia ao alcance das pessoas comuns.







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